quarta-feira, março 31, 2004

Noite Chuvosa de Amor


A noite vai longa
E um beijo mais
É tudo o que resta
De uma noite de amor.

A lua vai alta
E um terno toque
Queima-me a pele
Com um suave ardor.

O sol vai nascer
E o dia chegar
E a noite, ao morrer,
Começa chorar.

PO 25-1-97

Constatação:


Este blog é a coisa mais secreta da minha vida!
Ninguém sabe que o escrevo. Ninguém sabe quem eu sou!
É o meu segredo pessoal.
A única coisa completamente só minha!

E, porém, quem me visita sabe mais coisas de mim do que muita gente à minha volta!

Irónico, não é?

Quando comecei isto, não foi com um propósito.
Comecei por visitar alguns blogs e comecei a passar algum tempo num ou noutro.

Então alguém me incentivou a ter um blog!
Agradeço-lhe do fundo do coração, e ainda hoje tenho o prazer da sua visita diária (e não só).

E foi então que tudo se alterou: o que era um hobby passou a ser um escape, uma fuga, um meio de comunicar com pessoas como eu - ansiosas por falar a sério de coisas a sério!

E tão sério, em alguns casos, que a paixão voltou a visitar-me (para logo me deixar, é certo), e o meu coração voltou a bater.

Não quero mais do que isso, mas mentiria se não sonhasse ir mais além.

Há aqui muita gente linda!

Se o são por fora já não é tão importante.
Mas se reflectirem nem que seja um pedacinho do seu brilho interior, são, de certeza, seres extraordinariamente belos!

E agradeço aos Deuses conhecê-los!

Obrigado.

Choro


Amorzinho,

Coração quente e molinho
Que trago no peito a bater
Ouve com todo o carinho
O que tenho para dizer:

Há dias de namorados
E noites de não-acordados
E nas tardes desses dias
Meus segredos estão guardados.

Há dores de parto -
Instantes -
Onde gritos lancinantes
seriam a solução.

Mas a alegria do amor
Está em sobrepôr à dor
O bater
Do coração

Amorzinho,
Não chora, não?

PO 6-3-90

terça-feira, março 30, 2004

Os Homens não choram!


Desde pequenino que ouvi isto.

E nem sequer era o meu pai a dizê-lo: eram os avós, as tias, a mãe, os vizinhos, a professora, toda a gente.

Os homens não choram!

E os homens crescidos nem uma lágrima se atrevam a verter!

Um homem de barba rija e pêlo no peito a chorar? É "boiola" já se vê!

Um homem pode, esporadicamente, num funeral de alguém muito próximo, deixar escapar uma lágrima, uma fungadela, mas não pode chorar "baba e ranho"! ... A não ser que o seu clube seja eliminado de uma competição importante!

Pois é, em eventos extraordinários ainda se pode permitir que um homem chore.

Mas não por mariquices: por amor? por estar sozinho? por ver um filme?

Nem pensar!

Os homens não choram.

Esta é a regra.

Pois e esta é a excepção:

Na última 6ª Feira eu chorei...

Sozinho, no meu carro, a caminho do emprego, chorei que nem um puto!

E esta?

Chorei porque me lembrei. Porque me lembrei do que já tinha esquecido há algum tempo.

Tive saudades!

Pois, o eterno fado do português - ter saudades!

"Mas isso não faz um homem chorar...", dizem-me.

...E ter saudades do que nunca se teve?

Acreditem-me, é de deitar um homem abaixo!

Na última 6ª Feira eu chorei.

De manhãzinha, no meio do trânsito, com a música do Seal em altos berros, eu chorei.

E estou a confessá-lo publicamente a todos os que me visitam: eu quebrei a regra!

E mais: enquanto escrevo, choro de novo!

"Escândalo! Ele está louco!", dizem.

Mas não se preocupem.

Naquele dia, quando cheguei ao escritório parecia um herói!

Sorridente, confiante, espalhando "Bons Dias!" por toda a gente!

E lá fui eu, um dos chefes, exemplo de vida para quem ali trabalha, sentar-se à sua secretária, ligar o computador e mergulhar na sua vida de Homem Crescido.

Um Homem não chora! Aguenta e segue em frente!

Até amanhã...

segunda-feira, março 29, 2004

É preciso acreditar!!!


Amigos e amigas, nesta semana e na próxima o trabalho vai ser muito.
Estarei até fora do país durante 3 dias (para a semana).
Mas sempre que conseguir, publicarei algum artigo, nem que seja como o de hoje.


É Preciso acreditar!

Sempre!

Mesmo no meio da mais forte das tempestades, é possível ver, nem que por breves instantes, o arco-Íris!

Acreditem!

Nada de pessimismos, ou terão que se haver comigo!

:-)

domingo, março 28, 2004

É melhor não viver do que não amar


"Ainda que eu fale as línguas dos homes e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada serei. (...)"

"(...)Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e o Amor. Estes três. Porém, o maior deles é o Amor."


Carta de Paulo ao Coríntios (Novo testamento)

Pois é, estou a ler um novo livro (não, não é a bíblia - isto é apenas um excerto dela que é comentado nesse livro). Chama-se o Dom Supremo, de Henry Drummond, foi escrito no fim do Séc. XIX (a tradução e introdução é do Paulo Coelho, 1994) e, embora não seja um livro religioso, usa a Carta de Paulo aos Coríntios, como base para a sua dissertação.

E só fala do Amor, da interpretação que fazemos dele, e da sua prática.

Só.

O Amor é Divino!


Then the rainstorm came over me
And I felt my spirit break
I had lost all of my belief you see
And realize my mistake
But time through a prayer to me
And all around me became still

I need love, love's divine
Please forgive me now I see that I've been blind
Give me love, loves is what I need to help me know my name

Through the rainstorm came sanctuary
And I felt my spirit fly
I had found all of my reality
I realize what it takes

'Cause I need love, love's divine
Please forgive me now I see that I've been blind
Give me love, loves is what I need to help me know my name

Oh I don't bet [don't bet], don't pray [don't pray]
Show me how to live and promise me you won't forsake
'Cause love can help me know my name

Well I try to say there's nothing wrong
But inside I felt me lying all alone
But the message here was plain to see
Believe in me…

'Cause I need love, love's divine
Please forgive me now I see that I've been blind
Give me love, love is what I need to help me know my name

Oh I, don't bet [don't bet], don't break [don't break]
Show me how to live and promise me you won't forsake
'Cause love can help me know my name

Love can help me know my name.

Seal , Love's Divine

sábado, março 27, 2004

O Sonho comanda a Vida?


Já acabei de ler o "Tormento dos Céus" da Ursula K. Le Guin.

É "giro" mas não é "muuuuito giro".

Como foi escrito nos anos 70 (apesar de ser um livro de ficção científica que conta algo passado no futuro), acaba por estar embuido daquele espírito da altura, do amor livre, da paz, da luta de direitos, etc. Mas não perde por isso, apenas fica limitado face ao que sabemos que entretanto aconteceu.

De resto, a história toda gira à volta de um homem que não pode dormir pois, se o fizer e sonhar, os seus sonhos alteram a realidade. São os chamados "sonhos eficazes".

Ao procurar ajuda junto de um cientista, este, ao aperceber-se daquele "poder", passa a utilizar o que chama de terapia para orientar os sonhos do doente para que alterem a realidade segundo a sua vontade.

Assim, depressa acaba com o racismo, guerra, doenças, fome, etc, mas transforma o mundo numa coisa limitada, controlada, sem surpresas.

Só que os sonhos acabam sempre por ter resultados não esperados pelo cientista, porque a mente do doente, embora obedecendo à ordem inicial, acrescenta coisas a seu gosto, como extra-terrestres, vulcões, etc. Inclusive, a paixão por uma mulher.

No fim, o homem que sonha, acaba por descobrir o que se passa e tenta revoltar-se.

Obviamente não vou contar o fim, perdia a graça para quem quiser ler o livro - e a editora processar-me-ia pelos livros que deixaria de vender... :-)

Mas fica este pensamento: e se pudéssemos mudar o mundo segundo a nossa vontade? Não estaríamos a condicionar a liberdade dos outros?

Menino Grande


Deixa que o meu toque te aqueça
O corpo frio, só e abandonado,
Para que a tua pele não mais esqueça
O meu sentir, o meu calor apaixonado.

Deixa que o meu beijo te ofereça
A tua vida, entretanto adormecida,
Para que em tua alma nova cresça
O amor, a paixão então perdida.

E deixa que te chame "doce menino",
Que te afague esse teu cabelo fino
De criança em que nenhum adulto mande;

Pois é nisso que sempre te transformas,
Nestas noites calmas, ternas, mornas,
Meu doce e pequeno "menino grande".

(para P.)
de Doce Adriana 7-03-2004

sexta-feira, março 26, 2004

Estou vivo!


...Mas cansado da noite, por isso este blog hoje está fechado para descanso.

Se me quiserem ler, têm que visitar o meu GRANDE amigo vs28.

Ele consegue que as palavras tenham outra força, graças à sua composição gráfica. Espero que gostem.

Nós gostámos :-)

quinta-feira, março 25, 2004

I hope you had the time of your life ;-)


Another turning point, a fork stuck in the road.
Time grabs you by the wrist, directs you where to go.
So make the best of this test, and don't ask why.
It's not a question, but a lesson learned in time.

It's something unpredictable, but in the end is right.
I hope you had the time of your life.

So take the photographs, and still frames in your mind.
Hang it on a shelf in good health and good time.
Tattoos of memories and dead skin on trial.
For what it's worth, it was worth all the while.
It's something unpredictable, but in the end is right.
I hope you had the time of your life.

"Good Riddance (Time of Your Life)"
Green Day, album "Nimrod"


PS: Hoje vou sair - se não escrever nada amanhã, vão à minha procura! Já sabem que ando perdido... ;-)

quarta-feira, março 24, 2004

"...humanum est"


O ignóbil pedaço humano
Corrompido
Pelas parvas dúvidas fatídicas,
Pensa sempre
Que o coração nunca tem razão,
Permanecendo assim,
Eternamente,
À beira do abismo da felicidade,
Sem nunca cair.

A lodosa mente humana
Caprichosa,
Sinónimo de inconstância
E fluidez,
Raramente,
Ou nunca, alcança
A inteligência,
Conseguindo sempre
Alcançar a estupidez.

E os pobres
E autómatos humanos,
Sem nunca perceber
O que é a vida,
Vão marchando
Passo a passo
Para a morte,
Deixando para trás,
À sua sorte,
O amor,
Ou a paz
Nunca atingida.


PO 25-10-99

Good NEWS!

Someone said that, in order to find yourself, you should first loose yourself.

Well, I have very good news:

I'm completely lost!

Lembrança

No meio da tempestade em que me vi envolvido já fora de horas, ainda tive tempo para lembrar a doce maré. A lembrança ficou no Top Me no lado esquerdo do blog.

terça-feira, março 23, 2004

...É o Medo da Dor.


Tira-me o medo da dor.
Afasta de mim o temor
De amar e ser amado.

Liberta-me desse terror
E deixa-me viver o amor
Que sinto aqui a teu lado.

Tira-me o medo da vida.
Cura-me essa ferida
E deixa que viva em paz.

Apaga-me a mente perdida
E mostra-me a tão proíbida
Felicidade que aí jaz.

Tira-me o medo de amar.

Tira-me o medo da dor.

E deixa que,
ao te beijar,
Sinta em mim
O teu amor.

Tira-me o medo!

PO 29-6-89

segunda-feira, março 22, 2004

Pela Luz dos Olhos Teus.


Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar,
Ai que bom que isso é meu Deus,
Que frio que me dá o encontro desse olhar.

Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar,
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar.

Meu amor, juro por Deus,
Que a luz dos olhos meus já não pode esperar,
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará.

Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor, que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus precisa se casar.

(Vinícius de Moraes)

Como é que vês o amor?


Como é que vejo o Amor?

Como é que sei que é ele e não outra coisa a importunar o coração?

Como é que se algo que não é palpável, mensurável ou quantificável?

Como se adivinha?

Como se toca, se ouve, se cheira, se saboreia, se sente o Amor?

É simples: com os dedos, com os ouvidos, com o nariz, com a boca, com o corpo.

Como é que vejo o Amor?

Com os olhos!

Através das tuas palavras escritas que leio com avidez.

Como queria ver o Amor?

Com os teus olhos, reflectindo os meus...



E vocês, como é que vêem o Amor?

domingo, março 21, 2004

Eternidade


Eternamente
Sob a mira
De uma deusa irada
Por não querer
Da vida
Mais nada
A não ser
Viver.

Eternamente
Alvo
Das flechas de amor
Por incapacidade
De fazer
Seja o que for
Para além
De sentir.

Eternamente

Perante tal perigo
Por não ter
Na Terra
Qualquer amigo
Exceptuando

...Tu.


PO 3-4-1988

Dia Disto, Dia Daquilo


Hoje em dia temos que estar com atenção porque há dias dedicados às mais variadas coisas.

No dia de hoje, ainda por cima, comemoram-se duas coisas importantes (pelo menos para mim): a poesia e a àrvore.

Dia da àrvore
Como fui logo escolher um blog sem imagens, não vos posso aqui deixar a foto de nenhuma árvore,
mas fiquem sabendo que gosto de todas, embora tenha algumas preferidas.

Sempre gostei de pensar que seria uma árvore noutra vida, para assistir ao desenrolar de uma série de eventos e permancer ali, segura ao chão, dando sombra e frutos, ver a minha casca rasgada por rabiscos de amor de namorados, e os meus ramos marcados pelas cordas de um baloiço de crianças.

Mas suponho que hoje em dia já não é tão seguro que árvore tenha uma vida longa e descansada... E daí termos que lhe dedicar um dia do calendário para nos lembrarmos disso.

Dia da Poesia

Então fui logo enfrascar-me no dia da poesia? É preciso ter azar! Vou ter que esperar mais um ano até que me reconheçam como poeta a nível nacional...

Agora a sério, para mim qualquer dia é de poesia.

Desde muito novo que escrevo (e até publiquei dois poemas numa antologia!!! - obviamente não vou dizer qual, para manter o anonimato, mas também não perdem nada - era apenas um puto imberbe que ainda não sabia nada da vida... Será que hoje sei?).

Mas a verdade é que a poesia tem tido um papel activo na minha vida, quer por me possibilitar ajudar quem está em baixo, expressar sentimentos que de outra forma me encheriam de tristeza, ou - principalmnete - sempre que estou apaixonado.

Enfim, não devendo muito à beleza, as minhas conquistas amorosas foram sempre efectuadas através da palavra - quer falada, quer escrita.

É tão verdade que a mulher com quem casei se aproximou de mim porque primeiro leu os poemas que ofereci à minha mana e depois apaixonou-se!!! (Eu devia ter desconfiado que isso não era um bom sinal :-)).

Guardo todos os meus poemas, mas raramente os dou a conhecer para além do meu círculo restrito de amigos.

Começo agora a ultrapassar esta barreira no blog.
Espero que sejam suportáveis para quem os lê.

Desejos de uma boa Primavera para todos!

Ontem à Noite


Ontem à noite fui sair.

Depois de jantar era suposto ir ao cinema ver a Paixão de Cristo, do Mel Gibson, mas já não apanhei bilhetes para as 21.30 e à meia-noite já não consigo ver cinema.

Assim, acabei por ficar pela FNAC do Colombo.
Bebi um café, ouvi música, li umas passagens de uma série de livros, fui espreitar as BDs, DVDs, e a área de HI-FI e Tecnologia.

Comprei a publicação mais recente (em Portugal) da Ursula K. Le Guin, uma autora que gosto muito desde miúdo, quando comprava a colecção de FC dos Livros de Bolso da EA.
O livro chama-se "O Tormento dos Céus" e aborda o tema "E se, quando acordamos, descobríssemos que os nossos sonhos se tinham tornado reais?" - interessante, não? (já tive pesadelos que se tornaram reais, mas sonhos ainda estou à espera). :-)

Comprei dois CDs, também: uma colectânea com as músicas de Jazz e Swing da filmografia do Woody Allen (outro velho favorito), e o original da Melissa Auf der Maur (pois é, tenho gostos muito variados no que respeita a música - não interessa se é rock, jazz, clássica, etc, portuguesa ou não - desde que me "caia no goto", ouço).

Depois, recebi uma chamada de colegas que já há duas semanas me andam a tentar desviar do meu "retiro espitual" e lá fui - no estado em que estou, tive mesmo que ceder, ou ainda me encontravam enforcado aí num sítio qualquer (LOL).

Começámos no BBC, passámos para o Blues e acabámos no Docks (acho eu), já de manhãzinha.
No fim ainda deu tempo para comer uma bifana à beira-mar, a ver o nascer do Sol (não foi romãntico, mas foi bonito).

E pronto, lá voltei a casa, a tresandar a fumo (sem fumar!), com a língua transformada em cortiça, e uma ligeira acidez no estômago (vá lá, nada mau para quem não ingeria álcool há quase um mês).

Os meus colegas (eles e elas) são óptimos nesta área - quando é para distraír não há pai para eles.

Mas para algo mais profundo, fica sempre algo a faltar.
Talvez seja por isso que cheguei aqui ao mundo dos blogs.

Vou dormir mais um pedaço.

Até mais logo. :-)

sábado, março 20, 2004

Memórias...


She's got a smile that it seems to me
Reminds me of childhood memories
Where everything
Was as fresh as the bright blue sky
Now and then when I see her face
She takes me away to that special place
And if I stared too long
I'd probably break down and cry

Sweet child o' mine
Sweet love of mine

She's got eyes of the bluest skies
As if they thought of rain
I hate to look into those eyes
And see an ounce of pain
Her hair reminds me of a warm safe place
Where as a child I'd hide
And pray for the thunder
And the rain
To quietly pass me by

Sweet child o' mine
Sweet love of mine

(...)

Sweet Child O'Mine (Guns&Roses)

Há uma pessoa no mundo que me faz sentir assim:
Se está feliz, pode estar o mundo a desabar que eu nem noto - só por estar com ela, fico completo.
Se eu adivinhar que está triste, largo tudo e faço os impossíveis para a confortar.
Mas só a contacto quando estou bem - quando lhe escrevo é para falar de coisas boas - e zanga-se comigo quando sabe que algo me aconteceu de menos feliz e eu não lhe disse nada.

Há uma pessoa no mundo que me faz sentir assim...
...Só que não é neste mundo.

sexta-feira, março 19, 2004

Dia de um Filho


Ontem, após as tais reuniões de avaliação anuais, combinei com os meus colegas ir almoçar no dia seguinte a casa dos meus pais, na sua quinta perto de Tomar. Assim podíamos estar juntos fora do ambiente de trabalho, e fazer aquilo que os gestores gostam de designar por "criar laços". Nem me lembrei que ia ser dia do pai, mas fiquei contente quando essa coincidência ocorreu.

Hoje estive com o meu pai.
Está velho.
Mas não é tanto fisicamente: ligou-me várias vezes durante a viagem a saber se já estava perto. Durante o almoço falou de coisas que já havia falado antes. Repetiu-se, equivocou-se, zangou-se com a minha mãe, cansou-se.

Mas estive com o meu pai.
Gosto mais dele agora do que no passado.
Em miudo não me apoiou muito: não me deu orientação, conselhos ou ajudas concretas. Estava ocupado demais com as suas coisas.
Hoje está, de certa forma, perdido. E eu preciso de dar-lhe essas coisas que não recebi.
Irónico?
Talvez.
Mas, ao precisar de mim, dá-me a atenção que eu próprio necessito.

"Gosto de ti do fundo do coração" , Pai.

Dia de um Pai

Esta noite fui jantar com a minha família.

O meu filho de 7 anos deu-me uma folha de papel com a seguinte mensagem:

"Querido Pai,
Eu adoro-te muito porque tu vais comigo à Torre de Belém.
E porque nos Fins-de-Semana vais comigo onde eu quero.
Como eu gosto de ti vou-te dar este papel.
Gosto de ti do fundo do coração.
Com muitos beijinhos do teu querido filho (...)"


Por muitas peripécias que esteja passando nesta altura, este "papel" conforta-me: há uma parte da vida que ainda estou a saber gerir.


A minha filha (de 13) não me deu nada, mas pediu desculpa.

"Não preciso de desculpar nada" - disse-lhe - "Não há aqui qualquer obrigação. Amanhã dás-me um dos teus desenhos."

Como escrevi num dos posts aqui há tempos, nunca me vou zangar com a minha filha por motivos pessoais (zangar-me-ei se ela estiver em perigo, porém).

A sua prova de amor já foi dada - a minha tenho que continuar a prová-la dia-a-dia.

Coisas de Gajos!

Os meus colegas de trabalho arranjaram uma forma de nos multar-mos mutuamente sempre que olhamos com alguma intensidade para uma mulher (pronto: uma gaja!).

Assim, se olharmos e desviarmos logo a cara (ou porque não interessa mesmo ou porque afinal era um homem), não se paga nada.

Se olharmos e a seguirmos durante alguns segundos com os olhar, pagamos 5 euros.

Se olharmos e ficarmos embasbacados a ponto de interromper o que estávamos a dizer ou pura e simplemsmente deixarmos de ouvir o que o nosso interlocutor estava a acontar, lá vão 10 euros.

Se olharmos e chamarmos a atenção dos outros e todos eles olharem, toda a gente contribui com algum para o jantar do fim do ano...

Se forem elas a olhar para nós, segundo o grau de intensidade, ficamos com créditos!

Machismo?
Não!

Coisas de gajos!

(Obrigado às gajas pela inspiração!)

quinta-feira, março 18, 2004

Voar!

"Inspiração...como é que uma mera palavra nos pode fazer tanta falta?!!Uma vez disseram-me que quando nos sentimos vazios, sem inspiração que não devemos ficar tristes, pois isso só nos torna mais leves para podermos voar mais alto..."

Houve um tempo,
Há algum tempo atrás,
Em que o vento -
Era eu um rapaz -
Me empurrava
E fazia voar.

Hoje, a calmaria -
Agora adulto eu -
A ausência de ventania,
Afastando-me do céu,
Deixa-me triste
E faz-me sonhar.

Queria tanto voar...

PO 21-01-89

(Obrigado Saraxata)

quarta-feira, março 17, 2004

(...)


Estou sentado há cerca de meia-hora a tentar escrever qualquer coisa.
Não sai nada.
Já narrei o meu dia de trabalho e apaguei tudo de seguida - não interessa a ninguém.
Nem sequer vi o fim do Benfica-Belenenses - já não dá pica.
Fui deitar o meu puto e voltei - nada!
Amanhã tenho reunião de avaliação do meu pessoal e devia estar a preparar as coisas - qual quê...
Nem sequer um copy/paste de um poema antigo vou fazer - ou 'tou inspirado ou não, mas publicar só para ter cá qualquer coisa nunca!
Já visitei os meus blogs de estimação, mas pareceu-me tudo um bocado morto - será do jogo?
Vou para a cama.
Até amanhã!

...Porque não me escreves?

Estou cansado de esperar...
(...)

Nostalgia


I miss landscapes that I never saw.
Regret actions that I never took.
I ache for feelings that I never felt.
And cry for lovers that I never had.

I dream of lives that I never lived.
Feel sorry for things that I never made.
I think of people that I never met.
And laugh of jokes that I never heard.

Maybe I’m dead without ever been alive…


PO February, 13th, 2004

terça-feira, março 16, 2004

Lágrima


Rola na face
Uma gota
Salgada
E triste - sem cor.

Rola na face
Um lágrima
Gelada
De tanta dor.

Rola-me a gota
Na alma
E a calma
Apaga o horror.

Rola-me a gota
Na mente
Que sente
Esse teu calor.

Rola uma gota
Perdida
Mas ganha
Em meu favor.

Rola uma lágrima
Sentida
Que mostra
O teu amor.

Rola-me a gota
Nos lábios
E sinto
Um suave ardor.

Rola-me a gota
Nos olhos
Dizendo
"Sê meu senhor!".

Rola na face
Uma lágrima
Salgada
...Mas doce de amor.

PO 7-2-89

segunda-feira, março 15, 2004

Longe dos Olhos, Perto do Coração?

Vou te contar,
Os olhos já não podem ver,
Coisas que só o coração pode entender,
Fundamental é mesmo o amor,
É impossível ser feliz sozinho.

O resto é mar,
É tudo que eu não sei contar,
São coisas lindas que eu tenho pra te dar,
Fundamental é mesmo o amor,
É impossível ser feliz sozinho.
(...)

Vou te Contar (Excerto)
(Tom Jobim).

domingo, março 14, 2004

Só por causa do amor...

(...)
Ah! Como estou tão sozinho.
Ah! Como tudo é tão triste.
Ah! A beleza que existe,
A beleza que não é só minha
E também passa sozinha.

Ah! Se ela soubesse que quando ela passa
O mundo interinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor.

Só por causa do amor...

Garota de Ipanema (excerto).
(Vinícius de Moraes /Tom Jobim)

Domingo


Hoje dormi até muito tarde.
Mas acho que dormir acaba por ser a melhor coisa a fazer para quem não tem motivos para acordar.

Estou a exagerar, claro.
Há sempre um motivo, nem que seja para motivar terceiros.

Está um belo Domingo.
Depois do almoço devo ir passear com filhos.
Já sei que a minha filha vai dizer que prefere ficar em casa a ouvir música ou a navegar na Net, e que vou passar parte do tempo a arranjar argumentos para ela ir.
Mas o puto vai adorar, e perguntar se pode levar a bola e a bicicleta - e se lanchamos no caminho...; e lá vou eu responder que só vamos dar uma voltinha, e depois lanchamos em casa.

E é aqui que começo a ficar com dúvidas se devo mesmo ir.
É aqui que tenho que decidir se vou agir como Pai ou como ser humano em pré-depressão.
Se quem tem mais peso sou eu e o que se passa bem dentro de mim, ou se são eles e o que é melhor para o seu bem-estar.

No fim tem ganho sempre o primeiro (o Pai), o que acaba por ajudar o segundo (o deprimido) - acabo sempre por esquecer as parvoíces da vida, para viver as coisas boas da mesma.

No fundo, devia ser sempre assim:
A realidade que se passa fora de nós devia prevalecer sempre sobre a realidade que vai dentro da nossa cabeça.
(não sei se fui claro nesta frase - mais tarde explicarei melhor)

Mas as decisões do coração deveriam prevalecer sempre sobre as outras duas.

E é o coração que me diz: entre ti e os teus filhos, escolhe os teus filhos - alguém cuidará de ti mais tarde.

sábado, março 13, 2004

Hoje

Parecia que tinha aguentado.
Que tinha sido forte e seguro de mim próprio.
Adulto, realista, racional.
Mas hoje bateu-me.
Caiu sobre mim sem estar à espera.
E derrotou-me.
Estragou o meu dia.
...Mas não estragará a minha vida.
Alguém voltará a gostar de mim.

sexta-feira, março 12, 2004

Agora

Quando a minha filha tinha quatro anos, estávamos a brincar no chão do seu quarto quando me perguntou:
- Papá, quando morremos e vamos para o Céu, com que idade ficamos?
- Acho que Deus nos deixa escolher a idade que quisermos, provavelmente aquela em que fomos mais felizes. – respondi, mais para satisfazer a sua curiosidade do que para resolver a sua preocupação.
- Então acho bem que escolhas a tua idade de agora, porque eu vou escolher agora como a idade mais feliz da minha vida. – replicou.

Ainda agora não me consigo zangar a sério com ela (e já tem 13 anos).

Terror

Foi mesmo aqui ao lado.
Foi o maior ataque terrorista de sempre na Europa - e foi mesmo aqui.
Não foi em Israel, no Iraque, Afeganistão ou EUA - foi em Madrid.
Em Madrid onde tenho amigos.
Onde vive a minha irmã caçula, com o marido e o filhote.
Daqui a pouco já vão fazer 24 horas.
E nas TVs só sabem falar se foi a ETA ou a Al-Qaeda, quantas mochilas tinham bombas, que o atraso dos comboios minimizou o resultado final... Estão todos loucos?
Morreram mais de 200 pessoas, e mais de mil estão no hospital. E quantos milhares estarão a chorar por quem perderam, numa manhã normal de trabalho, aqui ao lado?
Terror!

quinta-feira, março 11, 2004

Aviso Divinal

Este é o disclaimer que consta no blog http://taitantos.blogspot.com/, um dos meus links aqui ao lado (visitem):


"Este es el blog de una treintañera depresiva que intenta salir a flote en el mar de la vida. Algunos días escribiré muchos, otros nada. Algunos días estaré muy alegre y otros muy triste.Mood swings lo llaman los americanos. Es mi blog, y solamente unos apuntes diarios de mi vida y pensamientos. Si no te gusta, hay un aspa en la parte superior derecha de la ventana de tu navegador: haz clik. Todo el mundo es bienvenido excepto tres clases de personas: racistas, homófobos y pederastas. Si eres uno de ellos, vete por donde has venido. "

quarta-feira, março 10, 2004

A quem possa interessar...

Isto não está fácil.

Tenho visitado muitos blogs e a concorrência é feroz.

Há de tudo para todos.

Que mais inventar?

Nada.

Para que é que isto serve?

Para falar de qualquer coisa?
Para passar uma mensagem?
Para defender uma causa?
Para promover uma ideologia?
Para vender um produto?
Para atacar uma minoria?
Para chocar uma maioria?
Para publicar pornografia?
Para exibir vaidades?
Para massajar o ego?

Blog.
WEB Log.
Registo de ocorrências da Teia (traduzido à letra).
Registo de ocorrências da vida.

Uma espécie de diário (todos têm calendário).

Pois é.

Não é preciso inventar nada.
Basta escrever o que vai na alma.

E se alguém ler? Vou sentir a minha intimidade violada?
E se alguém não ler? Vou ficar com a espectativa frustrada?
E se alguém não gostar? Vou ficar com o orgulho ferido?
E se alguém gostar? Vou embevecido?

Azar!

A quem possa interessar...

terça-feira, março 09, 2004

Spot Me!

Here I am! My first Post on my first Spot on the Web.

It's official: I'm a blogger :-)

Cá estou eu! O meu primeiro artigo no meu primeiro ponto da Web.

É oficial: sou um bloguista :-)