Domingo
Hoje dormi até muito tarde.
Mas acho que dormir acaba por ser a melhor coisa a fazer para quem não tem motivos para acordar.
Estou a exagerar, claro.
Há sempre um motivo, nem que seja para motivar terceiros.
Está um belo Domingo.
Depois do almoço devo ir passear com filhos.
Já sei que a minha filha vai dizer que prefere ficar em casa a ouvir música ou a navegar na Net, e que vou passar parte do tempo a arranjar argumentos para ela ir.
Mas o puto vai adorar, e perguntar se pode levar a bola e a bicicleta - e se lanchamos no caminho...; e lá vou eu responder que só vamos dar uma voltinha, e depois lanchamos em casa.
E é aqui que começo a ficar com dúvidas se devo mesmo ir.
É aqui que tenho que decidir se vou agir como Pai ou como ser humano em pré-depressão.
Se quem tem mais peso sou eu e o que se passa bem dentro de mim, ou se são eles e o que é melhor para o seu bem-estar.
No fim tem ganho sempre o primeiro (o Pai), o que acaba por ajudar o segundo (o deprimido) - acabo sempre por esquecer as parvoíces da vida, para viver as coisas boas da mesma.
No fundo, devia ser sempre assim:
A realidade que se passa fora de nós devia prevalecer sempre sobre a realidade que vai dentro da nossa cabeça.
(não sei se fui claro nesta frase - mais tarde explicarei melhor)
Mas as decisões do coração deveriam prevalecer sempre sobre as outras duas.
E é o coração que me diz: entre ti e os teus filhos, escolhe os teus filhos - alguém cuidará de ti mais tarde.
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