terça-feira, junho 01, 2004

Dia da Criança


Para quem me lê desde o início, sabe que tenho dois filhos: uma menina de 13 e um menino de 7.

Não falo muito deles por aqui - quando digo que este é o meu espaço, o meu diário, falo mesmo a sério: é mais sobre eu, o meu coração, a minha alma.

Mas por isso mesmo, porque são pedaços de mim, estão no meu coração e me alegram a alma, hoje tenho que falar deles.

Seria inútil dizer que são os mais lindos à face da Terra.
Primeiro porque para mim seria declarar o óbvio; segundo porque para quem está de fora seria um exagero - os mais lindos são os vossos (se os
tiverem).

Dizer que são inteligentes como o Pai e bonitos como a Mãe seria mais uma vez exacerbar aquilo que realmente são e que não devem nem a um nem ao outro - são assim porque os Deuses assim o quiseram, e serão tanto mais inteligentes quanto mais se dedicarem a isso, independentemente da orientação que nós façamos.

A minha filha está naquela idade dos telefonemas sem fim, da música alta e barulhenta, da introspecção, da mutação física e dos seus efeitos, da independência, do isolamento, da crítica, do humor negro, da resposta fácil, do confronto, enfim, uma adolescente completa!

Adoro-a! Gosta de desenhar e escrever (como eu), e é toda virada para as belas artes (com um ênfase temporário, espero, para a BD Manga Japonesa). De resto, é ela a responsável por eu estar tão actualizado em relação à música contemporãnea; e é com ela que tenho as conversas mais interessantes sobre tudo e mais alguma coisa.

O meu filho está na idade de jogar à bola, andar de bicicleta, jogar gameboy, de não conseguir estar parado, de me roubar o computador a toda a hora (sim é ele que entra e sai do Messenger e vocês ficam a pensar que eu vos vi e saí logo para não me falarem...), de fazer perguntas sem fim, de implicar com a irmã, de querer saber tudo sobre os carros, ou seja, um puto super activo (mas não hiper-activo)!

É o meu companheiro. Quando eu estava mais em baixo aqui há dois ou três meses, era com ele que eu ia sair ou jogar à bola. Ou com quem me sentava no chão a brincar, durante horas e horas. É sempre dele que me lembro quando estou no estrangeiro e vejo algo que acho que ele gostaria de ter (e, sempre que posso, trago-lhe essa coisa). A sua preferência, nesta fase da vida, vai para a música: aprende sozinho a tocar melodias no seu pequeno piano digital (aqui acho que sai à mãe).

Ambos têm boas notas e bom comportamento na escola.
Para além das maleitas do costume, nunca tiveram grandes problemas de saúde.
Em casa ajudam sempre que isso lhes é solicitado; intervêm quando acham que têm algo a dizer (e são ouvidos); são bestialmente críticos em relação a tudo o que acham que não está bem, e desmesuradamente doces quando sentem que devem apoiar ou quando necessitam de algo mais.

Materialmente nunca lhes faltou nada. Talvez a minha filha tenha demorado mais tempo a adquirir algumas coisas, mas isso tem a ver com a progressão da vida, com a minha carreira, com o ambiente à volta da família. Para o meu filho aparentemente é tudo mais fácil no que diz respeito a conseguir o que pede, pois hoje as coisas estão mais estáveis economicamente.

Por sua vez, psicologicamente, ela é mais forte que ele. Ela apanhou toda a era da felicidade no lar - ele já assistiu a algumas (grandes) discussões, e afastamentos. Mas também eu assisti a grandes desavenças entre os meus pais e isso só me ajudou na vida, por muito traumático que possa ter sido na altura.

O que interessa é que, no meio de tudo, independentemente das crises, continuamos a ser uma família! Unida, aberta e feliz!

Feliz Dia da Criança, filhos!