sábado, maio 29, 2004

Impulsos


Proibida pra mim

Ela achou meu cabelo engraçado
Proibida pra mim no way
Disse que não podia ficar
Mas levou à sério o que eu falei.

Eu vou fazer de tudo que eu puder,
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei seu nome!

Se não eu, quem vai fazer você feliz?
Se não eu, quem vai fazer você feliz?

Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa.

Não há nada mais que a gente possa fazer,
Eu vou roubar essa mulher pra mim
Posso te ligar a qualquer hora
Mas eu nem sei seu nome!

Se não eu, quem vai fazer você feliz?
Se não eu, quem vai fazer você feliz...?

Charlie Brown Jr.
________________

Ontem comecei o dia a ouvir esta música triste, com música de Z. Baleiro, no CD do carro. De repente, parecia que o Brasil tinha acontecido há ano, e eu tinha sido de novo apanhado pelo quotidiano cinzento e amorfo do costume.
Mas durante o dia, por entre incontáveis tarefas e reuniões, lá me fui erguendo, escrevendo, espantando esses demónios - esses Velhos do Restelo pessoais.

E então aconteceu o que nunca antes acontecera: tomado por um impulso, convidei alguém para sair, para falar, para dar uma volta - nada de mais.
Depois de clarificar alguns pontos importantes (nenhum de nós ser Serial Killer, não pertencer a seitas satânicas, nem ser bruxos com verrugas e sem uma perna), lá consegui raptar a gatinha, tirá-la do seu mundo de periquitos demoníacos, e levá-la à Feira-do-Livro.

Hoje, no blog da MWoman, ela fala sobre a não tomada de decisão: que mais vale decidir uma coisa errada do que pura e simplesmente não decidir nada. E dos medos que as pessoas têm em efectuar escolhas, em decidir.
Na minha vida profissional, a toda a hora tenho que decidir, a bem ou a mal, mas não posso ficar inerte, sob pena de falhar completamente.
Na minha vida pessoal não tem sido assim: racionalizo demais, analizo em excesso, e perco-me em pensamentos (se bem que, olhando para trás, as coisas mais importantes da minha vida foram decididas sob stress, em pouco tempo, e com sucesso).
Ontem não - o impulso, a intuição, a necessidade de não estar sozinho (e o facto de estar possuído pelos demónios - endiabrado), levaram-me a agir.
Claro que do outro lado alguém teve coragem e tomou também uma decisão por impulso, na hora.
E em boa hora o fizémos!

Podia ter sido um fracasso? Podia. Podíamos não ter assunto para falar, podíamos ser execráveis ao olhar do outro, podíamos nunca mais visitar os blogs um do outro no futuro. E isso era grave? Grave seria não o fazermos, e nunca saber!

Houve um pedido de ajuda e alguém respondeu.
E, sendo totalmente egoísta, salvou o meu dia!

E vocês, como estão de impulsos? ;-)