Sexta à noite
Na sexta-feira passada houve jantar da empresa.
Fomos a um restaurante brasileiro (tinha que ser...), em Sintra, para reavivar as memórias da nossa ida ao Brasil, assistindo à projecção do vídeo que um colega se deu ao trabalho de registar durante a viagem.
Foi giro, mas não foi "muuuito giiiro"...
Depois, já perto da uma da manhã, um grupo restrito rumou a Alcântara, tendo como destino o Blues. Ainda estava um ambiente calmo quando chegámos, mas foi bom porque deu para estar um bocado a falar.
Depois começou o barulho e lá descemos para a pista. A meio da noite o grupo estava reduzido a quatro (dois eles e duas elas), mas também, quem é que estava a contar? A qualidade de quem estava é que interessava - e essa era muito boa (em todos os sentidos).
Estava muito calor. Estava já muita gente nessa altura (muitos franceses e alguns gregos - do jogo da noite anterior). Acabámos por passar os últimos largos minutos na esplanada, ao ar livre, a falar de tudo e mais alguma coisa.
Um colega tardio juntou-se-nos já no final e desafiou-nos para ir ali mesmo ao lado, ao Docks.
Confesso que resisti um bocado. Não estava muito virado para ali. Não era decididamente a minha noite. Estava ali mas a minha cabeça não. Não gozei muito, devo dizer. Estive quase sempre absorto, aéreo, ausente. Mas lá acedi. Uma das colegas desistiu e já não foi.
Estava impossível: era Ladies Night no Docks. Já não havia vodka! E a fila para pedir qualquer outra coisa não tinha fim. Mas lá conseguimos. Mais uma vez, os estrangeiros abundavam. Não vale a pena confirmar que estava apinhado de mulheres (míudas, na sua maioria). E a música estava muito boa.
A última colega resistente decidiu ir embora e eu saí com ela, abandonando os meus camaradas à sua sorte numa discoteca em noite de ladies (pobres rapazes, ainda não tive notícias deles...).
Estando ambos com fome (eram 5 da matina), parámos para comer um cachorro antes de regressar a casa. A noite estava quente e o céu estrelado. Falámos do jantar e de uma ou outra coisa sem importância. Nada mais.
Não era a minha noite, não estava para ali virado.
E o facto de ser "aquela" colega, uma amiga, alguém com uma situação pessoal muito semelhante à minha, com quem já falámos de tudo e de quem sabemos que as coisas ainda não estão bem, tiram a vontade de falar de coisas pessoais.
A última coisa que queremos é despertar os demónios (da outra pessoa e dos nossos!). E os meus já me tinham impedido de tirar partido dessa noite na sua plenitude.
Além disso, tinha-lhe dito que eu nunca iria puxar pelo assunto - quando quiser falar disso, há-de ser ela a dizer. Mas sabe que estarei lá para ouvir. No entretanto, falamos das coisas boas (mas ficarão sempre os olhares, os gestos, o comportamento diário para dar a entender se se está bem ou menos bem).
Força amiga! Beijinhos e até segunda!
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